sexta-feira, 31 de outubro de 2008

zen poemeto

Fatima Dannemann

Que seja minimalista
como um jardim zen,
que seja silencioso
como um mosteiro zen,
que seja simples
como um chá zen,
mas que seja intenso

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

mande seu sorriso com urgencia - Fatima Dannemann



Fatima Dannemann

Ponto final nos sofrimentos.
Chega de sansara
que eu quero o nirvana.
Mande seu sorriso com urgencia,
um sorriso satisfeito e apaixonado
como uma boca pós-beijo.

Ponto final na roda da mesmice,
quero luz, um sol bem lindo.
Mande seu sorriso via sedex ou via e-mail.
Não!!! Traga pessoalmente estampado no rosto,
ou apenas desenhe na parede do prédio mais próximo.
E se o guarda perguntar responda:
é um pouco de alegria na cidade tristonha.

Ponto final na tristeza
pois ser feliz não é pecado.
E se der vontade, eu lhe espero na esquina
com flores roubadas na pracinha
enquanto você me chega
com um belo sorriso estampado no rosto.
E ouviremos o som das estrelas,
e chegaremos a luz da alegria.

Ponto final nos sofrimentos,
tudo que chega é bonito
e com a luz de nossos risos
faremos nosso proprio paraiso.


Emoções e camisetas - Fatima Dannemann

Fatima Dannemann

Tem momentos que a emoção trava mesmo...
Eu olho o horizonte alheia a tudo...
não sei se rio, se choro...
não sei o que sentir...
nem se devo sentir alguma coisa.
é que o mundo as vezes me parece assim meio pré-fabricado.
e ai: ditam-se as emoções da moda como
quem ditam cores
de camiseta.

Porém...
Minhas camisetas são básicas e brancas
sem logomarca de nenhuma griffe
e não há ditames, nem ditados...
Donde se concluem que meus sentimentos
ou minhas emoções
não se prendem a ditames nem a modismos...
Há só o que eu sinto.

E o que eu sinto?
Se eu pudesse descrever em cores,
cores que estejam na moda ou não estejam,
meus sentimentos são
Algo azul como o alto mar...
Ou violáceo como o céu do ocaso...
Talvez de um verde vibrante
como um gramado viçoso,
ou vermelho, ou rosa,
ou branco básico como minhas camisetas...
Ah, se emoções são cores,
que eu seja um arco-iris
nesse emaranhado de sentimentos e sentidos...

E seja quais forem os sentimentos que estão na moda
que eu não gaste minhas penas
com quem está no Iraque, ou menininhos perdidos na neve
ou na noite, em Nova York...
Porque quem tem pena desse tipo de pena
voa sempre para longe do cenário do filme.
E aqui, entre eu, entre você, entre nós,
entre eu e o mundo...
Entre eu e tudo o que me cerca
só o que voa são meus pensamentos...

domingo, 19 de outubro de 2008

Doces Memórias



Fatima Dannemann

Saudade
(bem faz o zen, fica aqui e agora
não pensa no passado
despreza o futuro
e não sofre por aguas que se foram)...
Saudade
e eu lembro de um velho desenho animado
e sou criança
me lambuzo de sorvete de flocos
e ando pela praia pensando em castelos de areia
e sou adolescente
ouvindo meus primeiros rock and roll...
Saudade
um filme gasto que não rebubina
fotos que ficam desfocadas
e eu penso: pra que querer ter 16
se depois disso vivi mais tanto
e mais intensamente
que todos os aqui e agora
de todos os monges zen
de todo o mundo
serão apenas lapsos,
fragmentos de tempos...
Saudade...
(ser zen porem nem tanto, claro...
afinal, lembrar pode ser bom,
mas isto é aqui entre nós,
eu e minhas lembranças).
Saudade...
Doces lembranças.
Coisas que ficam porque precisam
porque o que é desnecessário
o esquecimento descarta...
( E eu penso:
pobres zen... será que eles
sabem o que é lembrar
o que foi bom?)

andarilha



Fatima Dannemann
 
Ando pela estrada,
mochila nas costas,
cheia de sonhos.
 
O caminho é longo.
Pedregulhos marcam
a rota a seguir.
 
Procuro um abrigo
na minha viagem.
Pode ser um castelo
ou uma cabana.
 
Tanto faz.
Vou para qualquer lugar.
 
No meu mapa,
não há cidades,
nem países ou fronteiras.
 
No meu mapa
há apenas uma trilha.
Um roteiro
que vou traçando
a cada passo.
 
Longo caminho.
Árduo, muitas vezes.
Mas continuo
carregando minha mochila
recheada de sonhos.
Minha alma é andarilha.
 

domingo, 12 de outubro de 2008

Infinito como espelhos paralelos


Fatima Dannemann

Pedaços de noite
fragmentos de sonho
andanças num palácio de espelhos
entre reflexos
e farois de carros tresloucados
Goles de cerveja
num bar qualquer
Cristais de gelo
quebrando-se num copo
ao som de rock and roll
e um riso de baton
cheio de dentes brancos
como estrelas
transforma a noite em fragmentos
quebra o mar em pedacinhos
e reflete o brilho da lua
em pedaços infinitos
como o reflexo de espelhos paralelos.
Noite
Flashes de um resto de dia
e todo e qualquer poema
parece reprise de um filme já visto e revisto
qualquer suspiro
é como um jeans surrado e velho.
Pedaços de noite.
Movimentos destroçados
num espelho torto
luzes que quebram braços, pernas,
e até narizes
e transforma o mar
em um murmurio distante e misterioso.
Flashes de uma imagem
que se refletem
no infinito de espelhos paralelos.
Pedaços de noite
momentos que se repetem
A lua que se quebra nas luzes dos carros
o rock and roll que encobre
o ronco dos motores.
E a vida é assim:
descomplicada
somente isso...

 
leiam e comentem:
http://www.floresrevistas.blog-se.com.br/
http://naovelas.blig.ig.com.br
http://www.nomesecia.theblog.com.br/

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Flores ingratas



Saudades são flores ingratas
por isso, são roxas, quase fúnebres,
e demoram para murchar
por que muito da saudade nunca acabe.
E como o sentimento,
a saudade-flor é quase impossível de ser definida
não é cravo, nem rosa, nem repolho,
não é comestível, nem tem cheiro,
é flor, é viva, e como o sentimento
                                tem um ar sofrido.

(Fatima Dannemann)