sexta-feira, 22 de maio de 2009

A dor nas palavras



Fatima Dannemann

Se o poema é triste
é porque o poeta sofre.
Escrever versos,
quando o sofrimento
aperta o coração
e a dor faz sangrar a alma,
é uma forma de chorar.
O poeta apenas deixa
a poesia fluir
e os versos escorrem
no papel (ou na tela do computador)
como se fossem lágrimas.
Os versos de um poeta trista
é como se fosse um choro
daqueles que embaçam os olhos
e travam a garganta.
O poeta chora nos versos,
e nas palavras solta seus medos,
suas dores
e desamores.
Se o poema é triste
é porque o poeta,
longe de ser mito,
é apenas um ser humano.
E sofre.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Unidade



Somos um.
Contrariando a regra
de que um mais um são dois,
atropelamos a matemática
quando o assunto é amor.
As almas se fundem.
Não se somam
e ao multiplicarem-se
transformam-se em milhões
de beijos, abraços, carícias
e incontavéis gestos
que alongam breves segundos
em momentos eternos.
Somos um.
Porque amar não tem lógica,
sentimentos e emoções
nãp se explicam
com regras racionais.
E um mais um são duas almas
que se tornam únicas,
cinco sentidos que se tornam um só.
Unidade.
E amar é isso.

(nota eu acho esse poema uma m..., mas tudo bem)

Quando chove e o dia se torna cinza



Quando chove e o dia se torna cinza,
Quando o vento do mar sopra frio,
Quando ondas encrespadas levantam da praia
E nos lembram sobre os perigos da vida
Quando o dia ao meio-dia é qualquer hora
E o sol se esconde atrás de nuvens
Quando olhar o horizonte em busca no nada
Significa sonhar com dias de sol...
E hoje é um desses dias.
Vejo gente que chora seus ídolos,
Gente que sente saudade de pilotos falecidos
E chora pelos os caídos e sofridos
Das novelas.
E gente que se esquece de chorar seus próprios mortos
E gente que se esquece de levantar os seus caídos
E eu retorno da missa de sétimo dia de um amigo
Enfrento o frio de um dia triste
A chuva que cai são como lágrimas de uma viúva,
O vento que sopra cortante
É o coração de um órfão que cresce sem pai.
E eu me pergunto: porque a vida as vezes é dura?
Porque simplesmente o sol não pode brilhar todos os dias?
Quando a chuva cai o mundo se acinzenta atrás de nuvens
E o mar ameaça...
É proibido ser feliz as vezes...
E é preciso chorar por pilotos falecidos
É preciso lembrar de nossos entes queridos

terça-feira, 5 de maio de 2009

Materno



Fatima Dannemann

Mãe Natureza
Beleza Eterna
Natureza Terna

Mãe dos ventos
Mãe dos rios
mãe da luz e do fogo
mãe do calor e do frio

Mãe das nuvens
e das neves
mãe das plantas
e animais

Mãe terra,
planeta sagrado
luz do muno
luz da vida,
centro do universo

Auto-retrato com lente de aumento

Fatima Dannemann
Fecho os olhos
só para sentir o mundo
em minha alma...
Fecho os olhos
e me encontro nos sonhos
lá no ponto em que todos se perdem.
Imersa no mais profundo do meu eu
qualquer barulho é uma musica
qualquer som é um rock do Pink Floyd
me trazendo lembranças
da adolescência.
Sou eu aqui e agora.
Por inteira.
Total
Completa
Com eiras e beiras.
Poderosa, sim...
Porque não é nada demais
de vez em quando perder a modéstia.
Bela, sim,
porque todos os seres são belos
revogados os padrões estéticos
dos fotógrafos de moda.
Com alguns defeitos de fabricação.
Ah, mais quem é perfeito?
E eu fecho os olhos para sentir o mundo
e acordo a poesia
no mundo dos sonhos.
Me encontro onde todos se perdem.
E meus pensamentos pulsam
e meus sentimentos vibram.
Tenho vida.
Sou plena como todos os seres
e isso é tudo.

Cantos Tribais

Fatima Dannemann

Tocam tambores
Sob a lua
Mãos que pulsam
Corpos que dançam
Ritmos sagrados
Redonda a lua
Banha o mundo de prata
Corre o rio
Desliza o tempo
E no mar do universo
Roda a Terra
Sol lhe banha de ouro
Luz aquece os corações

Além do mar
Há vida além da selva
A vida em outra selva
Concreto e abstrato
Corações pulsam em outros ritmos
Carros correm acelerados
E roncam tambores de combustíveis
Vazios em motores, geradores
Energia multiplicada
E sem que ninguém veja
Corre um rio
Desliza para um mar
Cheio de navios.
E além de todos as visões
Roda a terra
Num universo monitorado por telescópio.
Soam guitarras, pianos,
Balburdia numa festa punk
Ou pós-punk
Pós tudo
Preconizando novos tempos
Que nunca chegarão.

Tribos na selva
Tribos em outra selva
Tribos urbanas
Tribos profanas
E apesar de todo concreto e argamassa
Corre sangue ancestral
Até nas veias mais tecnológicas...
É a vida que desliza no mar do universo
É o canto do coração da terra.
Sagrado
Profano
Eterno