terça-feira, 27 de maio de 2008

Poema bem batido

Maria de Fatima Dannemann


O barulho do liquidificador me acorda
É de manhãzinha
e alguém faz vitamina antes do cooper.
Outro liquidificador me desperta
junto com um choro de criança
Uma mãe prepara mingau
para seu filho.
Mais tarde, outro liquidificador
me desconcentra.
Talvez seja uma sopa.
Quem sabe um milk-shake.
Pouco importa.
Não existe mesmo lógica nos eletrodomésticos.

Plenitude no vazio



Fatima Dannemann

Ouço o silencio
contemplando a vida
vejo a plenitude no vazio.
O mundo é uma enorme teia de buracos negros
e neste éter incompleto
é onde mora a luz
E por frestas na teia
escorrem as idéias
e eu vivo nelas...

Poema sobre um jogo com tres runas



Fatima Dannemann

Esqueça o que passou.
Esqueça se trilhou por caminhos errados.
Mesmo um rio que transborda,
volta ao seu leito após a tempestade,
e corre sereno em seu caminho para o mar.
Controle as emoções
e vença as tempestades de sua vida.
Busque a serenidade
e ouça o seu eu superior.
Aí, encontrará a paz
e viverá com alegria,
sem que as adversidades lhe derrubem ou desanimem

sábado, 17 de maio de 2008

Dark Side

Fatima Dannemann

Letras que sumiram
há tempos.
Gastas em lembranças vãs
em palavras sem sentido...
Versos que sumiram
há tempos.
Evanesceram em meio
à turbulência
de palavras vãs
e estrofes toscas.
Eclipse poética
num mundo
em que poesia
é apenas uma rima
da banalidade.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Materno

Fatima Dannemann

Mãe Natureza
Beleza Eterna
Natureza Terna

Mãe dos ventos
Mãe dos rios
mãe da luz e do fogo
mãe do calor e do frio

Mãe das nuvens
e das neves
mãe das plantas
e animais

Mãe terra,
planeta sagrado
luz do muno
luz da vida,
centro do universo

Azul como a neve branco-azulada

Fatima Dannemann

Quando a madrugada cai
E o novo amanhecer se avizinha
Eu penso frescuras.
Ouço a musica de Pinóquio
Imaginando: a terra é azul
Porque o céu é azul, o mar é azul
E quando vejo fotos de montanhas
Até a neve parece meio azulada.
E eu visualizo a Fada Azul
Castigando meninhos mentirosos
Deixando seus bonecos de plástico
Continuar sendo bonecos de plástico
Porque certas alquimias...
Ah, as alquimias
Eu sonho transformar meus sonhos em ouro
Ouro como raios de sol de verão
E sonho com o brilho da manhã
E vejo a chuva
Ouvindo o vento soprando entre a persiana.
É apenas madrugada.
Manhã ainda distante
Como o mais aberrante
De todos os sonhos
E a vida é assim: azul como o planeta
E eu vejo a vida azul
Porque é a cor do meu jeans
E ouço um rock enquanto tomo um conhaque.
O vento lá fora me lembra o frio
E é apenas verão.
Mas quem para quem viu neve em Veneza,
Tudo é possível
Até os sonhos mais distantes,
Longínquos como montanhas que subo de carro
Ou teleférico para abrir a boca
Lá do alto enquanto eu digo
A vida é azul,
Azul como a terra
Ou o branco azulado da neve das montanhas...
E eu me dou ao luxo de pensar frescuras
Durante a madrugada.

Dança do meu ventre em festa

Fatima Dannemann

Quero dançar como uma odalisca
flutuar entre paredes em meio aos véus
rodopiar pelo salão iluminado
sentindo aroma de sândalo
a marcar os meus passos
tendo como público
os olhos do amado.

Quero dançar como uma odalisca,
misteriosa e sensual atrás dos véus.
Marcando meus passos com volteios na cintura
brincando com minhas mãos
que faz jogos de luz e sombra
em meio as velas...

Quero dançar como a mais bela das odaliscas,
a mais amada de todas as princesas,
e entre aos véus, aromas, velas e vinhos,
marco compassos de amor com mãos, pés
e olhares profundos
numa dança sagrada.

Quero ser uma odalisca ou dançarina
e fazer da vida meu salão dourado,
quero flutuar com a graça das princesas,
perfumada como a mais poderosa de todas as fadas,
levar a luz do amor em movimentos ritmados
provocar suspiros, arrepios,
ou apenas sonhos e saudades,
ou não provocar nada...

Quero dançar como uma odalisca
fazer do mundo o meu salão dourado.
E ser apenas eu,
princesa ou plebeia,
profana ou sagrada.