Fatima Dannemann©
O quanto você conhece uma cidade?
O quanto você conhece uma pessoa?
Ninguém conhece uma cidade
apenas por seus pontos turisticos.
Ninguém conhece ninguém
apenas com roupas de festas.
Despida a maquiagem, a cidade se abre para seus becos.
Quando troca a roupa de festa, a pessoa mostra suas imperfeições.
Uma cidade se conhece por seus becos.
Um ser humano se conhece por seus segredos.
Quando ele e a cidade despem as máscaras.
Quando um lenço de papel retira a maquiagem
e revela a verdadeira face. Os becos.
Becos humanos são furos na alma.
Mas a alma da cidade está nos becos.
Ah, e nas feiras.
E seres humanos por suas roupas diárias.
Ah, e por seu estômago.
Feiras e mesas revelam gostos, e traem os rostos.
Gulosos não escondem defeitos...
No canto da boca, a baba que escorre,
No meio do rosto, olhos que brilham de desejo.
E em meio a festa, seres humanos mostram segredos.
O sangue que corre nas veias esconde-se por traz dos vestidos,
do terno e gravata, do sapato de salto luiz quinze.
E os becos??? Os becos são as veias da cidade.
Veias da alma. Lá está o lado que as roupas de festas
escondem. Provisoriamente.
O quanto você conhece de sua cidade?
O quanto você conhece de seus amigos?
O quanto você conhece de você mesmo?
Quais são seus becos, seus medos, seus defeitos, suas manias???
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Saideira
Fatima Dannemann©
A cerveja esquenta nos copos
encerrando a noite.
Fim de festa é assim.
Bocas borradas,
olhos vermelhos.
Bêbados trôpegos tropeçam
na volta pra casa.
Pára a orquestra.
Garçons fecham contas
que serão penduradas.
Saideira.
A sombra da noite
cede espaço a luz da manhã.
Bêbados tontos tentam
olhar para o relógio
sem noção de tempo.
Sombras se arrastam
na volta para casa.
A luz do sol emprenha a noite
quando a festa termina.
Um último cigarro
amassado no cinzeiro sujo.
Sono que chega.
Ressaca.
Vazio.
A cerveja esquenta nos copos
encerrando a noite.
Fim de festa é assim.
Bocas borradas,
olhos vermelhos.
Bêbados trôpegos tropeçam
na volta pra casa.
Pára a orquestra.
Garçons fecham contas
que serão penduradas.
Saideira.
A sombra da noite
cede espaço a luz da manhã.
Bêbados tontos tentam
olhar para o relógio
sem noção de tempo.
Sombras se arrastam
na volta para casa.
A luz do sol emprenha a noite
quando a festa termina.
Um último cigarro
amassado no cinzeiro sujo.
Sono que chega.
Ressaca.
Vazio.
Sem pressa e sem motivo
Fatima Dannemann
Deu vontade de escrever um poema
Apenas isso:
Um poema sem pressa, e sem motivo,
quaisquer versos que transmitam
meu grito,
meus sentimentos, meus sentidos...
Mas nunca fui poeta e
assumo: ora, eu sempre preferi prosa...
Mas a escrita corrida dá pausa em minha vida
E de repente me vejo fazendo versos
Como se todo mundo que fizesse versos
fosse poeta,
e não proseadoras e contadoras de histórias
ou repórteres de jornal hibernantes,
como eu...
E pintou um clima...
Uma enorme vontade de fazer um poema.
E sai escrevendo, sem eira, nem beira,
sem pressa, sem motivo,
sem rimas ou métrica.
Preferia prosa, uma bela crônica, talvez
sairam versos.
Deu vontade de fazer um poema.
E eu, teimosamente, fiz.
21.4.2002
Deu vontade de escrever um poema
Apenas isso:
Um poema sem pressa, e sem motivo,
quaisquer versos que transmitam
meu grito,
meus sentimentos, meus sentidos...
Mas nunca fui poeta e
assumo: ora, eu sempre preferi prosa...
Mas a escrita corrida dá pausa em minha vida
E de repente me vejo fazendo versos
Como se todo mundo que fizesse versos
fosse poeta,
e não proseadoras e contadoras de histórias
ou repórteres de jornal hibernantes,
como eu...
E pintou um clima...
Uma enorme vontade de fazer um poema.
E sai escrevendo, sem eira, nem beira,
sem pressa, sem motivo,
sem rimas ou métrica.
Preferia prosa, uma bela crônica, talvez
sairam versos.
Deu vontade de fazer um poema.
E eu, teimosamente, fiz.
21.4.2002
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Vista de Longe
Fatima Dannemann
Na televisão
não interessa
se não há buraco na rua
No telescópio
alguem repara
as crateras da lua
Na televisão
não interessa
se não há buraco na rua
No telescópio
alguem repara
as crateras da lua
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