quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Vista de Longe

Fatima Dannemann

Na televisão
não interessa
se não há buraco na rua
No telescópio
alguem repara
as crateras da lua

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Uma reflexão sobre a vida em forma de quase poema

Fatima Dannemann




E a vida é...

Abrir os olhos todas as manhãs

É sentir o vento batendo no rosto

É olhar para o céu e Ter certeza de que não estamos sós
A vida é saber-se centelha divina

A gota que faltava no oceano

É ver um plano adiante

De todos os planos visíveis e invisíveis.



A vida é mais do que uma seqüência de dias

Meses anos

É mais do que uma série de sonhos

É a imensidão

E o imensurável

Vida é eternidade

Materializada e etérea

A trilha da luz

Por mais sombras que houverem no caminho



Por mais que o escuro

Obscureça nossa visão

Há uma saída ali em frente

Outras vidas

Outros caminhos

Rumo ao absoluto

Unidade

Fatima Dannemann©

Somos um.
Contrariando a regra
de que um mais um são dois,
atropelamos a matemática
quando o assunto é amor.
As almas se fundem.
Não se somam
e ao multiplicarem-se
transformam-se em milhões
de beijos, abraços, carícias
e incontavéis gestos
que alongam breves segundos
em momentos eternos.
Somos um.
Porque amar não tem lógica,
sentimentos e emoções
nãp se explicam
com regras racionais.
E um mais um são duas almas
que se tornam únicas,
cinco sentidos que se tornam um só.
Unidade.
E amar é isso.

Vida Velha

Fatima Dannemann

Ano novo...
Um novo janeiro
assinalando novas datas.
Mas, a vida permanece
a mesma de outros meses
a mesma de tempos passados...
São sonhos e planos
com prazo de validade vencida
memórias tristes,
ressentimentos...
Ai, se o ano sö tivesse janeiros
se a vida sö tivesse a esperança
dos primeiros dias...
Queimam fogos de artificio numa praia alheia
mas e a vida?
Flores de dezembro que murcham
em vasos quebrados,
sonhos vencidos
planos esgotados...
A mesmice da vida a lembrar
que anos e meses
são apenas convenções de data.
E mais nada.

domingo, 16 de novembro de 2008

quase uma quadra de advertência



Fatima Dannemann

Não use a poesia
em vão
A vitima pode ser
você
 

Mantra

Fatima Dannemann

Repito seu nome
como quem recita um mantra
cada sílaba me parece um doce poema de amor
cada som é como um beijo
e seu nome, pronunciado
e impregnado de desejo,
é o sagrado da propria poesia.

domingo, 9 de novembro de 2008

Canto de desejo e sonho

Fatima Dannemann

Eu quero cantar
a toda voz
uma música que incendeie
a alma com a mais profunda alegria.
Eu quero fazer
da vida uma festa
e cantar muito
sem parar.
Como se a vida
fosse um karaokê interminável
e que o que importa
é colocar a voz para fora.
E nesse palco chamado vida
eu cantarei
com toda voz
uma música que revele meu lado mais leve.
E além de cantar, eu vou dançar e rir.
Talvez tome coragem e declame uma poesia.
Neste palco da vida, eu serei atriz
vivendo eu mesma
num louco script que transforma a vida em festa.

Canção do Ocaso

      Fatima Dannemann

      Fim de tarde...
      Quase noite e o mundo se torna cinza.
      Restos da chuva se espalham na calçada,
      restos de um dia como qualquer dia
      e alguem volta para casa.

      Fim de tarde,
      o mundo allegro ma non troppo
      espera a luz da lua
      a banhar a rua
      entrecoberta por farois de automóveis
      que começam a se acender.

      Finda a tarde
      e com ela o sol se guarda
      no manto violeta que toma conta do céu.
      Alguem pára para olhar o crepúsculo,
      um único olhar em busca do poente
      num horizonte perdido e encoberto
      por estruturas de concreto.

      Fim. É tarde.
      O sol se põe,
      a estrela vesper brilha.
      O dia termina docemente
      como os ultimos acordes de uma sinfonia.
      O céu violeta espera a lua.
      Restos de chuva na rua.
      Farois se acendem nos carros.
      Alguem volta pra casa.

domingo, 2 de novembro de 2008

quase uma quadra de advertência - Fatima Dannemann

 
Fatima Dannemann

Não use a poesia
em vão
A vitima pode ser
você
 
 
 

pontos cardeais - by Fatima

Fatima Dannemann


O vento sopra do norte
e me traz notícias de alguem.

O vento sopra do leste
e me adverte sobre tempestades.

O vento sopra do sul
e me chega impregnado de saudade.

O vento sopra do oeste
e vem me contando as novidades.