quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Versos não são...




Fatima Dannemann

Não,
Não me cobre
uma série de poemas
como se estivesse numa linha de montagem.
Não sou dessas que escrevem
versos em série,
como produtos industrializados.

Versos não são modelitos de griffe
que saem do croqui direto
para a tecelagem.

Mas,
Nunca disse que sou poeta.
Não sou poeta.
Faço versos apenas quando sinto vontade.
Mesmo porque...

...versos não são pizza,
que estouram nos pratos em rodízio,
as vezes com bordas recheadas.

Não acredito
em poetas profissionais,
desses que escrevem dezenas
de poemas numa sentada.
Poesia não é produto de linha de montagem.

Versos não são carros do ano.
Nem saem em fornadas e fornadas
como se fosse pão francês.

E, além disso,
mesmo que versos fossem
mais um produto da industria do consumo,
meu padrão de qualidade
é severo demais
para desperdiçar palavras
em versos pré-fabricados.

E versos não são telhas.
Não saem de olarias.
Nem de fábricas de pré-moldados.

Versos são apenas versos.
Produtos da alma.
Frutos do momento.
Apenas isso.

Um comentário:

MEUS POEMAS disse...

Que lindos e verdadeiros versos poeta!
Bjão pra vc
Gena Maria