domingo, 22 de março de 2009

Segundo canto profano

Fatima Dannemann

Não considero Aparecida minha padroeira
pois não rezo para santas que se vestem de negro
e pegam pesado no excesso de enfeites.
Prefiro o despojamento das deusas orientais
então, canto mantos para Tara
e acendo velas penando em Kwan Yin.
Mas não quero negrumes que lembram Eriskigall
sou baiana, e a cor da minha santa é o vermelho de Iansã
ou o amarelo dourado do véu de Oxum.
E louvo a Rhianon. Me salvo pela luz da verdade
que é mais que o sorriso amarelo
das falsas deusas vestidas de negro
que voam pela noite fingindo-se de boazinhas.

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